Estima-se que falhas humanas respondam por mais de 70% de todos os acidentes de trânsito, de batidinhas a colisões sérias, que deixam feridos graves e mortos. Tanto que a principal promessa de qualquer projeto de veículo autônomo é, dentre outras coisas, zerar esta causa de acidentes. Problema é o preço, sobretudo no Brasil.

Veículos (carros, ônibus e até caminhões) que começam a chegar com auxílios semi-autônomos custam, nos casos mais acessíveis, pouco mais de R$ 100 mil. A nova geração do Audi A8, que vai custar mais de R$ 1 milhão, será o primeiro a poder circular de fato sem as mãos do condutor, mas só chega no fim de 2018.

Alternativa barata existe? Talvez…

A Ford mostrou um protótipo inusitado, desenvolvido no Brasil: o "Safecap" é um… boné, não um carro. Ele usa sensores presentes em qualquer celular inteligente atual, para alertar e tentar evitar que o motorista durma ao volante.

Ou seja, não comanda o veículo, claro, mas auxilia quem está no comando.

Segundo a equipe de Inovação da Ford, foram 18 meses de desenvolvimento até a forma conceitual atual. Restam ainda mais seis a oito meses de trabalhos e pesquisas para chegarem ao produto final.

Vai funcionar? UOL Carros testou o protótipo e ele parece cumprir o prometido: ao detectar alguns movimentos de cabeça — como de bocejos e "pescadas" — emite luzes, soa alerta e vibra próximo às têmporas, tudo para chamar atenção do condutor.

É o suficiente? Segundo Ícaro de Abreu, da Ford, "serve como reforço de segurança no trânsito de caminhoneiros, podendo alerta-los em situações que geralmente geram acidentes graves". Mas, lógico, não substitui uma boa noite de sono.

E alguém vai topar usar? A Ford vai apresentar o boné ao público em feiras de transporte e eventos abertos nos próximos meses para testar a reação das pessoas. Claro, tudo vai depender também do preço. Por ora, a fabricante não divulga qualquer valor.