O mundo quer carro elétrico, mas pagar por ele é complicado
UOL Carros
29/09/2011 16h40
Da Redação
Os carros elétricos ainda são caros e distantes da realidade da maioria dos motoristas de todo o mundo. Entretanto, no que depender dos condutores indianos e chineses, essa realidade tende a mudar. É o que aponta estudo realizado pelo grupo alemão TÜV Rheinland, um dos maiores do mundo quando o assunto é certificação.
De acordo com o documento, divulgado no último Salão de Frankfurt, 92% dos indianos e 88% dos chineses afirmaram ter interesse em adquirir um carro elétrico nos próximos cinco anos. Combinada, a população desses dois países chega a 2,6 bilhões de pessoas.
Os motoristas italianos aparecem em seguida: 85% deles manifestaram vontade similar à dos indianos e chineses. O estudo utilizou entrevistas com motoristas de 12 países: China, Dinamarca, Alemanha, França, Índia, Israel, Itália, Japão, Portugal, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.
Priscila Carnelós/UOL
Toyota Prius em estrada de SP: fez a fama, deitou na cama (dos elétricos)
Já condutores de importantes mercados automotivos mundiais, como Alemanha e EUA, demonstraram menor interesse em adquirir um elétrico. A maioria dos motoristas entrevistados nesses países admite usar um carro elétrico com segundo veículo — ao contrário daqueles que foram ouvidos em outras localidades.
TOYOTA, A MAIS LEMBRADA
A pesquisa também perguntou quais marcas são mais associadas à eletromobilidade. Mesmo sem ter nenhum veículo 100% elétrico em seu portfólio, a Toyota foi a mais lembrada, sendo citada por 34% dos entrevistados. Aparentemente, o híbrido Prius (com motores a cumbustão e elétrico, e prestes a ser lançado no Brasil), o mais bem-sucedido de sua categoria, fez os motoristas associarem "carros verdes" à marca japonesa.
O Prius será lançado no Brasil na próxima semana. Unidades de teste do modelo têm sido fotografadas com frequência — a leitora Priscila Carnelós viu nada menos do que três, em plena rodovia Castello Branco, em São Paulo. O carro branco (com a curiosa e significativa placa ECO) da foto acima é um deles.
Curiosamente, a Chevrolet, fabricante do tão falado Volt, não foi citada diretamente pelos entrevistados, ressalvando que a Opel, marca do Ampera (o mesmo carro, mas europeu), foi lembrada (discretamente). A lista completa é composta por Honda (17,2%), Volkswagen (15,9%), Nissan (14,6%), Ford (11,7%), Renault (11,5%), Peugeot (10,7%), Audi (9,4%), BMW (9,1%) e Opel (7,4%).
SUBSÍDIOS
O interesse pelos carros elétricos é grande, mas para se tornarem produtos de massa eles precisam de incentivos governamentais. Essa é a opinião geral dos entrevistados, que defendem que o governo deve subsidiar a compra de modelos elétricos por meio de descontos no preço final desses veículos.
A maioria das pessoas ouvidas alega que a adoção de um veículo desse tipo seria feita como forma de diminuir os custos provenientes do abastecimento dos carros comuns. A exceção foi na Alemanha, quando a questão ambiental foi citada em primeiro lugar pelos potenciais compradores de elétricos. Na Itália, na Índia e na China, custos e questões ambientais se equivaleram.
Se o interesse existe, a realidade ainda afasta os elétricos do motorista comum. Alemães, franceses e chineses mencionaram a falta de oferta de veículos assim. Já britânicos e indianos reclamaram da falta de estações para a recarga. Os demais entrevistados tocaram no ponto mais sensível da eletromobilidade: os carros elétricos ainda são muito caros.
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