Hyundai 'proíbe' desembarque à esquerda para enaltecer Veloster
UOL Carros
29/07/2011 12h53
CLAUDIO DE SOUZA
Editor de UOL Carros
Texto atualizado em 5/8/2011
A Hyundai do Brasil começa a entregar no final de setembro as primeiras unidades do Veloster, o intrigante cupê (ou hatch) de três portas (a extra, traseira, fica do lado direito) apresentado ao mundo no Salão de Detroit deste ano. O carro já pode ser encomendado nas concessionárias, com preços sugeridos de R$ 63 mil ou R$ 66 mil (com teto solar).
Em tempo: em 5/8 o site iCarros pesquisou preços nas concessionárias e descobriu que o Veloster está sendo vendido com ágio. Leia aqui.
Sob o capô, o Veloster traz um propulsor de 1,6 litro gerenciado por transmissão automática de seis velocidades, capaz de entregar 140 cavalos. O pacotão de equipamentos é farto — mas, como se trata da Hyundai brasileira, melhor esperar para conferir seus itens in loco. As cores disponíveis, como de praxe, são preto e prata (esqueça as das fotos deste post). A garantia é de cinco anos.
Fotos: Claudio de Souza/UOL
O "hatch cupê" Hyundai Veloster em seu lançamento, no Salão de Detroit 2011
A marca sulcoreana já começou a inundar os jornais de anúncios do Veloster, e logo no primeiro deles já deu um passo em falso. Sob o mote "O Hyundai que vai além da imaginação" e o slogan "Simplesmente genial", o fato de o Veloster possuir três portas é enaltecido como garantidor de "total segurança para desembarque de passageiros somente pelo lado direito".
UOL Carros sente-se na obrigação de perguntar: aqui no Brasil o Veloster será proibido de estacionar no lado esquerdo das ruas? Ou será que não é óbvio que, parando nessa posição, os eventuais passageiros traseiros desembarcarão pelo lado direito — justamente por onde passa o trânsito?
Entrar ou sair pela 3ª porta do Veloster não é uma operação simples
Fora essa impropriedade, cabe lembrar que o Veloster, devido à configuração (inegavelmente ousada) de sua carroceria, é difícil de abordar pela 3ª porta e, pior ainda, tem uma verdadeira armadilha para quem viaja atrás, detectada por este jornalista ao escrutinar o carro exposto em Detroit.
Segue reprodução do que escrevi na ocasião, com os grifos apropriados:
Atrás, no entanto, o Veloster não se sai tão bem. O acesso pela única porta exige esforço — este repórter mede 1,71 metro e, ainda assim, escapou por pouco de sofrer traumas musculares múltiplos ao se contorcer para abordar o carro. Uma vez acomodado no banco traseiro, que comporta apenas duas pessoas (um porta-copos divide o assento), percebe-se como o entre-eixos de 2,6 metros permite boa acomodação das pernas e joelhos — mas também que é necessário se apoiar totalmente no encosto. É a única maneira de a cabeça não bater no teto.
Vão da tampa traseira fica sobre quem vai atrás e cria ratoeira para as mãos
Na verdade, o passageiro já vai estar abaixo de uma porção da janela traseira. Por isso, quando a tampa do porta-malas é aberta, quem vai atrás fica descoberto. Pior: como mostram as fotos que acompanham esta reportagem, não seria surpresa alguém (especialmente uma criança) ficar com a mão prensada após o fechamento do porta-malas. É o fim da picada, em 2011, alguém ter de se preocupar com esse tipo de risco no uso cotidiano de um carro.
As fotos que acompanham este post são bastante eloquentes. Interessou-se pelo Veloster? Pois olhe bem onde vai pôr sua mão…
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