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Golf, ou 'Gorf': uma polêmica

UOL Carros

09/12/2010 16h47

CLAUDIO DE SOUZA
Editor de UOL Carros

Os lançamentos automotivos são um momento agradável do nosso trabalho. Nos eventos, que geralmente incluem um almoço ou um jantar ou uma situação qualquer em que é possível bater papo com os coleguinhas de imprensa, conversamos sobre vários assuntos — carros, carros, carros e carros, principalmente…

Nessas ocasiões, uma discussão que volta e meia aparece é sobre o melhor carro em cada segmento. Soa como uma chatice, eu sei, mas é mais ou menos a mesma coisa que discutir PT versus PSDB em véspera de eleição ou Palmeiras versus Corinthians em véspera de final. E, para nós, carros são assunto todo santo dia. Não tem "véspera": é sempre.

Quando a disputa é sobre hatches médios, dois modelos são frequentemente citados como os melhores do mercado: Ford Focus e Volkswagen Golf, não necessariamente em ordem de popularidade. O debate é sempre acalorado, garanto a vocês.

Divulgação

Golf, na versão Sportline: junto com o Polo na missão de fazer cara de mau pela Volks

Pois na semana passada pude me reencontrar com um Golf, que eu não guiava já havia um tempinho. Era um Sportline 1.6, que hoje custa cerca de R$ 55.240.

Da experiência com o carro ficou a ideia de listar aqui no blog as cinco maiores críticas que são geralmente feitas ao Golf, tanto pelos especialistas quanto pelo público em geral. Depois, de minha parte, vêm as respostas a essas críticas e, de quebra, cinco elogios. Vamos lá?

ABAIXO O GOLF!

1) O carro está duas gerações atrasado em relação à Europa: o que temos aqui é o Golf 4 reestilizado (Golf 4,5 para alguns), enquanto no Velho Continente roda o 6, com o 7 a caminho.

Está sim, mas e daí? Tanto o Golf 5 (frente do Jetta 2010) quanto o 6 (frente igual à da atual Jetta Variant) são menos carismáticos que o nosso 4,5… A traseira do nosso Golf, por sinal, é MUITO mais bonita. OK, as gerações também diferem na tecnologia. Mas a maioria dos carros globais vendidos no Brasil está defasada em relação aos de fora.

2) O nível de equipamentos fica muito aquém do preço — por exemplo, não há sistema de navegação, e o famoso volante do Passat CC, opcional no Gol e no Fox, não serve no Golf.

Verdade, desde que você queira ter um navegador e/ou um volante igual ao do Passat CC — e pagando mais por isso…

3) Você paga preço de Golf e leva o mesmo powertrain do Gol: ambos são 1.6 com 103 cv (etanol) — só que o Gol pesa 255 kg menos (e é R$ 17 mil mais barato).

Verdade, mas o fato é que o Golf é muito valente com o motor 1.6 — tanto que quem dirige Gol e Polo não sente perde alguma quando sai com ele. E outra coisa: a caixa de câmbio MQ200, de longe a melhor do Brasil, trabalha em rara harmonia com esse propulsor.

4) O Golf virou "carro de boy" ou de "mano", dependendo do ano e do modelo.

E o Honda Civic, é o quê?

5)  O preço do seguro do Golf é absurdamente alto e a desvalorização também é grande.

Não é bem assim. O seguro, de modo geral, corresponde a 4% do valor atual do veículo, variando para mais ou para menos devido a fatores como idade do motorista, onde o carro dorme e, claro, a "roubabilidade" do modelo. Compradores com perfil "tranquilo" (ou seja, não-boys) e que usam a mesma companhia e a mesma corretora por longo tempo sempre conseguem bons preços. Boys, provavelmente não. Quanto à desvalorização, fica em torno de 15% no primeiro ano. A do Focus 1.6 é de 17%. A do Chevrolet Astra, 16,4%. Esses dados são da tabela da revista Quatro Rodas.

Agora, os meus elogios. São cinco, também:

VIVA O GOLF!

1) Depois que a Volkswagen resolveu deixar todos os seus carros iguais quando vistos de frente, somente Polo e Golf — os vendidos aqui — mantiveram personalidade própria e agressividade no visual.

2) Já insinuei acima, mas repito: não existe no mercado brasileiro um casamento mais perfeito entre motor e câmbio manual que esse do VHT 1.6 com o MQ 200. Isso vale se você dirige na boa e também se gosta de emoção.

3) O acabamento interno desse Golf Sportline que experimentamos é muito, mas MUITO superior ao de todos os concorrentes, incluídos aí Hyundai i30, Focus e até o novíssimo Fiat Bravo. Para achar coisa melhor em carros do mesmo tamanho, só olhando bem para cima — para um Audi A3 ou um BMW Série 1.

4) Lembra do item 4 das críticas? Pois é: de vez em quando é bom parecer-se com o que não se é, certo? E dá um orgulho verde-amarelo saber que o valor de revenda do seu carro garantido pelo enriquecimento das classes C e D!

5) Outro dia deixei o Golf num estacionamento. O funcionário me deu o tíquete, que eu pus no bolso sem olhar. Mais tarde, fui conferir o horário marcado nele, e notei que o sujeito havia escrito GORF em vez de Golf. Eu tinha acordado meio deprê, mas ri tanto com essa mancada que meu dia melhorou 100%.

Tá bem, os itens 4 e 5 foram meio forçados. Mas que fique registrado: quando a discussão é sobre hatches médios, eu ainda opto pela tradição — e apoio o Golf.

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