Volvo XC40 chega à Colômbia sem furar um pneu, mas quase para na burocracia
Dirigir mais de mil quilômetros debaixo de chuva torrencial e enfrentar problemas na fronteira que quase acabaram com a viagem. Esses foram dois desafios enfrentados nos primeiros sete dias da expedição "XC40 On The Road", que rodou mais de 8.600 km sem nenhum problema até então.
"Mesmo tendo feito este percurso há 20 anos, não imaginei que seria tão corrido assim. Dá uma sensação estranha de passar por tantas paisagens diferentes em tão pouco tempo", afirmou Cacá Clauset, empresário e piloto que participa da viagem ao lado de Israel Coifman e Caio Salles.
O trio viaja em um Volvo XC40 Momentum sem qualquer tipo de preparação para encarar a viagem. Apenas dois estepes extras foram levados no porta-malas do SUV, que conta com o sistema de condução semiautônoma "Pilot Assist" (oferecido como opcional nesta versão), que controla a velocidade do carro e faz curvas de raio intermediário a até 130 km/h.
Logo após sair de Itajaí (SC) no último dia 22, o trio cruzou as serras catarinenses e os pampas gaúchos antes de dormir em São Miguel das Missões (RS). Foi só cruzar a fronteira com a Argentina no dia seguinte para o tempo, que estava fantástico, mudar radicalmente. "Dirigimos mais ou menos 1.300 km sob chuva torrencial e com o limpador de para-brisa ligado na velocidade máxima o tempo inteiro. Por sorte era um trecho com muitas retas, então isso nos ajudou", revelou Clauset.
Argentina, Peru, Equador
Após o pernoite em Salta, a expedição continuou pelo deserto do Atacama, onde a chuva deu lugar ao céu azul, mesmo estando a menos de 300 km do ponto de partida. Neste dia foram até Arica, na divisa com o Peru.
Clauset afirma que foi difícil cruzar as cidades peruanas devido ao trânsito caótico, formado principalmente por centenas de tuk-tuk (pequeno triciclo derivado de moto) em péssimo estado de conservação. Mas esse não foi o único percalço enfrentado no caminho.
"As condições das estradas são ruins: 90% do nosso trajeto de 8.600 km percorridos até agora foi feito em pista simples. Quando fiz esse percurso pela primeira vez achei que muita coisa melhoraria com o passar do tempo, mas está praticamente tudo igual. As estradas não foram duplicadas e ainda falta sinalização adequada", declarou Clauset.
O trio se surpreendeu positivamente com as estradas do Equador. "Existe um trecho de serra perto do Aeroporto de Quito que está muito bem conservado. Como lá é um país de altitude, cruzamos praticamente toda a Cordilheira novamente. Saímos do nível do mar, no Pacífico, subimos até mais de 4.000 metros e depois descemos novamente".
Quase não deu
Mas foi no Equador, também, que a viagem esteve muito perto de terminar precocemente por um motivo inusitado. "Tentaram impedir minha entrada alegando que eu não havia deixado o país — estive lá à trabalho em 2016, mas não registraram minha saída. Me deram duas opções: ficar no hotel antes da fronteira e resolver a situação no dia seguinte ou pagar uma multa de US$ 300 por dia de permanência! Como faz dois anos que saí de lá, imagina só o valor dessa multa? Por sorte estava com meu passaporte, que tinha os carimbos de entrada e saída, então ele foi obrigado a me deixar entrar. Mas foi o momento mais tenso da expedição até agora", explicou Clauset.
Quando ainda estavam no Peru, uma pessoa que havia ido até Cartagena para resolver a documentação necessária para realizar a exportação do veículo para o Panamá (único meio possível de prosseguir a viagem) avisou que o carro deveria chegar à Colômbia antes do fim do horário comercial de sexta-feira. "Se os despachantes não recebessem a documentação necessária para embarcar o carro na terça-feira (2), precisaríamos esperar pelo próximo navio, que sai só no dia 10 de maio", revelou Clauset.
Restou ao trio rodar de Lima até a fronteira com a Colômbia, trajeto de praticamente 30 horas, sem parar. E olha que a jornada incluiu até uma neblina tão forte a ponto de não enxergar o capô do carro. "Foi meio desesperador porque ficamos nesta situação por duas horas e eu queria acelerar".
Felizmente eles conseguiram escanear os documentos e enviar a papelada por e-mail ao despachante em Cartagena, onde chegaram dois dias depois, no domingo. A segunda-feira, 30, foi destinada para assinatura de documentos e transporte do veículo até o porto para realizar as inspeções necessárias antes da exportação. "Tivemos folga na terça-feira e na quinta pegamos um avião para o Panamá, onde esperamos o carro chegar para seguir viagem".
Até agora, Clauset afirma que o carro já rodou mais de 110 horas com o motor em funcionamento, fazendo uma média de 10,3 km/l com gasolina. O trio estima que conseguirá chegar aos Estados Unidos, até o dia 12 de maio, quando as primeiras embarcações da "Volvo Ocean Race" devem atracar em Newport — a ideia da expedição é fazer o percurso Brasil-EUA por terra no mesmo período da travessia dos barcos.
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