Lojas da Ferrari vendiam carros com km adulterada; fábrica sabia
A Ferrari admitiu saber que suas concessionárias usavam um dispositivo para adulterar a quilometragem de carros usados.
É o que sugere um documento obtido com exclusividade pelo jornal Daily Mail.
No comunicado do dia 2 de março de 2017, a filial norte-americana da Ferrari pede para que as revendas deixem de zerar hodômetros.
A prática – que só poderia ocorrer com autorização da própria marca – era realizada por meio de um programa de diagnóstico eletrônico chamado "DEIS Tester".
O documento foi enviado a um tribunal no começo de fevereiro deste ano, como parte de um processo aberto pelo ex-vendedor da Ferrari, Bud Root, contra a marca. Ele alega ter sido demitido após descobrir a existência do Deis Tester e questionar seus superiores sobre a legalidade do ato.
"A Ferrari SpA deixará de oferecer acesso à central eletrônica para o processo de zerar hodômetros (…) e em 15 de maio de 2017, lançará uma atualização de software que removerá esta opção. Como resultado destas duas ações, a função de resetar hodômetros será removida do DEIS", diz o comunicado.
O caso se agrava quando a empresa diz, no mesmo documento, que removerá o parágrafo sobre alteração de quilometragem dos manuais de consulta técnica da Ferrari. Segundo o Daily Mail, há anos os livros ensinavam os mecânicos da rede de concessionárias como realizar o procedimento.
Assim como no Brasil, adulterar a quilometragem de um veículo é proibido em vários estados norte-americanos. O criminoso que residir na Flórida, por exemplo, pode ficar até um ano na cadeia.
Os advogados de Root advertiram a Ferrari para apresentar diversos documentos internos sobre o crime. Seu representante, David Brodie, pediu registros de "cada caso" de adulteração nos últimos oito anos.
"Aparentemente este documento confirma exatamente o que suspeitávamos durante todo esse tempo: a alteração de hodômetro foi realizada por concessionárias da Ferrari em todo o país (se não no mundo inteiro) por muitos anos", escreveu Brodie.
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