A caixa de Pandora da Ferrari
EUGÊNIO AUGUSTO BRITO
Da Redação
O mito grego da adorável e astuta Pandora nos remete à noção de que, sob a aparência de alguém inocente e belo, ou de algo que supostamente reúne todas as maravilhas do mundo, podem estar ocultos problemas e calamidades sem fim. Sua propagada "caixa" era, na verdade, um jarro entregue pelos deuses do Olimpo contendo castigos para o homem, considerado orgulhoso e prepotente.
Esqueça qualquer conotação política e repare na foto abaixo, que reproduz uma cena observada na manhã da última quarta-feira, no Salão do Automóvel, enquanto UOL Carros produzia o belo álbum de fotos da Ferrari 599 GTO:
Nesta pequena e singela caixa de papelão, habilmente decorada com desenhos de motivo automotivo, estão seis chaves de automóveis. Havia outras duas pelo menos, mas no momento capturado pela imagem elas estavam em poder de um dos funcionários do estande que Ferrari e Maserati dividem no Anhembi.
Sim, chaves de Ferrari e Maserati. E você, leitor, já deve estar imaginando o que faria se pudesse ter a caixa em seu poder, ainda que por um instante. Para uns, seria a glória de realizar todos os desejos (ou de se tornar, subitamente, desejado). Outros poderiam encontrar o fim a mais de 300 km/h a bordo de uma máquina que não conseguiriam controlar.
Mas o citado funcionário dá um banho de sobriedade e liga, a cada manhã e em pleno salão, carro por carro; acelera docilmente com o câmbio em ponto morto, acende e apaga painéis e luzes, desliga tudo e limpa minuciosamente cada carro. Tudo antes do público, ávido, chegar. E, se por acaso você vir a tal caixa dando sopa ali no estande, melhor manter distância.
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