Renault quer elétricos baratos; Brasil não vê novo sedã grande
CLAUDIO DE SOUZA
Editor de UOL Carros, enviado especial
Pouco ou quase nada que a Renault mostra aqui no Salão de Paris diz respeito ao Brasil, ao menos imediatamente. O chefão mundial da empresa, Carlos Ghosn, compareceu ao evento para afirmar que o objetivo principal da marca é apostar na eletricidade como energia de propulsão automotiva. Para isso, apresentou o ZOE Preview, carro-conceito que antecipa em 90% (segundo a marca) o modelo real, a ser lançado em meados de 2012.
O todo-poderoso Carlos Ghosn ao lado do ZOE, que já está quase pronto
Ghosn afirmou que o ZOE será "a fundação da gama de emissão zero [de gases poluentes] da Renault". Com 4 metros de comprimento e enormes rodas de 19 polegadas — será que elas serão mantidas no carro de produção? –, o ZOE terá torque de 22 kgfm disponíveis imediatamente, mas velocidade máxima de apenas 135 km/h.
Um desafio mais imediato é vender versões elétricas de carros já existentes pelo mesmo preço das dotadas de motores a combustão. "Queremos carros elétricos baratos", disse Ghosn. Juntando ação às palavras, a Renault passou a oferecer aos europeus o sedã Fluence e a multivan Kangoo na versão ZE (de "emissão zero"), pedindo por eles, respectivamente, 26 mil euros (R$ 60 mil) e 20 mil euros (R$ 46 mil). Na França há a possibilidade de um bom desconto sobre esse valor. Só que as baterias não estão incluídas: paga-se 79 euros e 72 euros mensalmente para o leasing da peça.
Se liga (na tomada): esse ZOE ainda vai dar o que falar, promete a Renault
A Renault também mostrou o conceito DeZir, um cupê baixo e de linhas fluidas, um estudo de estilo que pode esconder dicas de como serão os modelos da marca mais adiante — renovação que, aliás, seria muito bem-vinda.
Demais disso, chama atenção no estande da Renault o novo sedã grande Latitude. Um exame dos seus (intermináveis) 4,89 metros de comprimento faz pensar: esse carro deve ser da Hyundai e veio parar aqui por engano. Lembra, principalmente, o Genesis.
Não é verdade, mas tampouco é um absurdo: o Latitude é uma repaginação do sulcoreano Samsung SM5 visando o mercado da Europa e, principalmente, dos chamados países emergentes (os "quase-lá"). Carlos Ghosn, que tem cidadania brasileira, não citou nosso país como um dos futuros endereços do sedã — mas citou o México. Com uma unidade de força V6 de 240 cavalos, poderia ser um rival para o Hyundai Azera, por exemplo. Mas ficaremos mesmo com o Fluence, substituto eventual do Mégane. E não será o ZE.
Fotos: Claudio de Souza/UOL e Murilo Góes/UOL
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