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Uruguai, o campeão de eletrovias na América do Sul

UOL Carros

14/07/2018 08h00

Um dos eletropostos da rota Uruguaia: estações a cada 60 quilômetros

BMW do Brasil, Rede Ipiranga (a dos postos de combustível) e EDP (empresa portuguesa da área de eletricidade) preparam o anúncio do que chamam de "maior eletrovia da América Latina": série de seis pontos de recarga ligando as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro.

O Brasil já tem outra eletrovia em andamento, no Paraná, ligando a região portuária de Paranaguá a Curitiba e, promete-se, daí para Foz do Iguaçu.

No momento, porém, é do Uruguai o título de pioneiro e de dono da maior eletrovia no Mercosul. Na América Latina, isso fica com o México. Mas vamos falar dos nossos vizinhos mais próximos.

Se na Copa do Mundo da Rússia as coisas foram mais ou menos parelhas entre Uruguai e Brasil, nos campos de indicadores, tomamos de goleada. O país vizinho tem população de menos de 3,5 milhões de habitantes, o emplacamento anual é cerca de 50 mil unidades (55 mil em 2017), há uma preferência por modelos compactos e subcompactos, muito carro antigo (e também clássicos) ainda circulam, importados dominam (o nosso Chevrolet Onix é o líder de vendas) e há abundância de montadoras de fato (regimes SKD e CKD).

Só que assim como no lado social, também na política automotiva há avanços e pioneirismo inspirados nos países mais avançados e que já estão em curso desde o governo do presidente José "Pepe" Mujica. Um deles é o benefício de isenção fiscal para veículos elétricos. Primeiro, serviu para renovar a frota de ônibus e veículos de transporte público. Depois se estendeu a carros de passeio.

E chegamos ao nosso assunto: eletrovia.

Postos nos extremos do roteiro são de alta capacidade, enquanto os intermediários são de média capacidade. Estrutura é simples, mas funcional

O país inaugurou há algum tempo o "Save" ("Sistema de Alimentación de Vehículos Eléctricos", ou sistema de abastecimento de veículos elétricos), com pontos principais em Montevidéu e outras cidades importantes, mas cujo principal roteiro é o chamado "Rota para Carros Elétricos da América Latina", que corre ao longo ao longo das Rotas 1, 101 e Interbalneária.

Todos são abastecidos pela UTE, a companhia estatal de energia elétrica do país, com totens da Ancap (responsável por postos de combustível no país). Ou seja, não se cria nenhuma estrutura mirabolante, como pessoas ainda acreditam ser necessário aqui no Brasil, são os mesmos "players" ativos do setor de abastecimento.

Essa sequência de postos de recarga acompanha o principal roteiro turístico do país, na faixa litorânea. Tem estações em Montevidéu, Punta Del Este, Maldonado, São Luis, Aeroporto Internacional de Carrasco, San José, Rosário e Colônia do Sacramento. A promessa agora é de entregar mais uma em Rocha, concluindo 310 quilômetros cobertos.

Nos extremos (Colônia e Rocha), bem como no Aeroporto Internacional, os eletropostos são do tipo rápido, que pode dar até 80% de carga em modelos em períodos de 15 a 30 minutos. Nos demais, pontos semi-rápidos (40 minutos a 1h30).

Segundo as autoridades uruguaias, a distância entre os postos é de aproximadamente 60 quilômetros, suficiente para evitar sustos aos motoristas — lembrando que modelos atuais costumam ter autonomia entre 90 e 300 quilômetros com uma carga completa.

Por fim, em 2019, o Uruguai espera complementar o serviço colocando postos de aluguel de carros elétricos ao longo da rota, permitindo o uso não só de quem é dono de um modelo elétrico, mas de qualquer um interessado e até mesmo de turistas.

É ou não é um exemplo no qual o Brasil deveria de fato se ligar?

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