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Lembra do Corsa e do Astra? Eles estão virando "clones" da Peugeot

UOL Carros

19/02/2018 17h30

Todas as gerações do Opel Corsa: a próxima será quase um Peugeot 208

Corsa, Astra… Esses nomes, tão familiares em modelos vendidos como modelos Chevrolet entre os anos 90 e 2000 no Brasil, continuam vivos até hoje na Europa. Afinal, são projetos originais da Opel, fabricante alemã que até ano passado pertencia ao grupo General Motors (dono da Chevrolet, daí o porquê de termos em nosso país carros com base Opel, ainda que sob insígnias diferentes, durante tantos anos).

Ocorre que a Opel e sua subsidiária britânica, a Vauxhall, saíram do guarda-chuva da GM e foram vendidas à PSA (Peugeot-Citroën) em março de 2017.

É claro que a nova proprietária já está movimentando a gama de produtos: já no ano passado lançou os "inéditos" SUVs Crossland X e Grandland X, substitutos de Meriva e Zafira, respectivamente (outras duas velhas conhecidas dos brasileiros). Colocamos a expressão "inéditos" entre aspas porque ambos, na verdade, não passam de derivações dos já conhecidos Peugeot 2008 e 3008 com carroceria modificada e emblema distinto.

Opel Grandland X, um Peugeot 3008 travestido de alemão

Na semana passada a PSA divulgou também que prepara para 2019 a próxima geração do nosso velho conhecido Corsa, incluindo uma configuração elétrica, com lançamento estimado para 2020.

O que não estava no anúncio, mas vem sendo apontado por diversos veículos de comunicação europeus, é que o Corsa utilizará a plataforma CMP (também conhecida como EMP1), que também dará vida à futura família de compactos de Peugeot e Citroën.

Ou seja: se a PSA resolver repetir o que fez com Crossland e Grandland, o próximo Corsa se tornará uma espécie de "coirmão" do novo 208. O mesmo deve ocorrer com o hatch médio Astra em relação ao 308. A grande dúvida que fica é: faz sentido simplesmente travestir carros de Peugeot e Citroën com a "jaqueta" da Opel?

Lembrando que estamos falando de uma estratégia bem diferente do intercâmbio que existia entre Opel na Europa e Chevrolet no Brasil. Ali se tratavam de dois mercados totalmente separados (por um Oceano, inclusive) aproveitando produtos em comum. Agora estamos falando de carros quase idênticos vendidos num mesmo continente.

Inicialmente poderíamos dizer que sim, já que os mercados mais fortes de Opel e Vauxhall (Alemanha e Reino Unido, respectivamente) são também aqueles em que marcas francesas têm dificuldade de penetração, ao passo que na própria França Peugeot e Citroën possuem naturalmente muito mais fôlego. Logo, vender modelos quase idênticos sob marcas diferentes nesses países parece uma solução eficiente em termos de custos.

Porém, quando pegamos um mercado como o da Espanha, em que Peugeot, Opel e Citroën aparecem muito próximas no raking de vendas, surge a dúvida: um modelo não vai canibalizar o outro? Será justo com uma marca com a história da Opel? E, mais importante: será sustentável em médio e longo prazo? São dúvidas que teremos de esperar alguns anos para ver respondidas.

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