Lexus LC 500 do "Black Panther": o que é ficção e o que é real neste cupê?
Já é padrão: grandes filmes de ação acabam tendo alguma ação de parceria com grandes fabricantes. O filme da vez é "Black Panther", que estreia no Brasil em 15 de fevereiro (logo após o carnaval) para contar, pela primeira vez nas telonas, um pouco mais da história de T'Challa, rei e super-herói da ficcional nação africana de Wakanda. E um dos principais carros a serviço do rei é o cupê superesportivo Lexus LC 500. Fique tranquilo que vamos falar apenas do carro, não do enredo.
Acontece que a Lexus resolveu "tunar" um pouquinho o LC 500 tradicional, usando a tecnologia de Wakanda. Nos quadrinhos e na adaptação para o cinema, o país é célebre por ter jazidas de um super minério chamado "vibranium" — além de liga metálica super leve e resistente, ele seria uma incrível fonte de energia. Pois bem, a ideia da submarca de luxo de Toyota foi adicionar os benefícios do vibranium à tradicional fórmula 2+2 lugares movido por V8 (5 litros, 478 cavalos, 55 kgfm, câmbio automático de 10 marchas).
Assim, o carro da história tem carroceria ultra resistente, aceleração impressionante e até detalhes cosméticos, como o azul cintilante da carroceria, providos pelo vibranium. A tecnologia avançada de Wakanda também permite que o carro seja guiado tanto por meio de volante e pedais, quanto por um misto de pensamentos do condutor e central autônoma de comando.
Tudo ficção, certo? Não é bem assim e UOL Carros mostra o quanto dessa tecnologia já temos no mundo real. É bom lembrar que uma série especial do LC 500, baseada no carro do filme, será lançada nos EUA no final do semestre. Não será tão espetacular, mas será limitada a 100 unidades e terá uma belíssima cor azul — os detalhes estão no álbum que abre a postagem.
Leveza e resistência: claro, o vibranium não existe, mas a indústria usa cada vez mais metais e ligas mais complexos e de baixo peso. A ideia é não só melhorar a segurança, mas aliviar peso e com isso reduzir o gasto de combustível e a emissão de poluentes. Claro, fibra de carbono ou magnésio são caros e, portanto, não servem para todo tipo de projeto; aços de média e alta resistência, porém, já são usados até em modelos compactos, como Volkswagen up!, Novo Polo e Virtus, no Brasil, todos com ótimas notas nos teste de segurança e bom consumo.
Iluminação interior avançada: não é de hoje que o uso de LEDs mudou o ambiente das cabines automotivas. A ideia é ter diferentes cores para melhorar o ânimo de condutor e passageiros — ou apenas compor o clima. Mas isso está cada vez mais difundido e avançado: embora não seja usado no Brasil, o processo de colocar cor em diferentes pontos da cabine pode ser feito até com plástico marcado a laser. Essa solução criada pela 3M, é usada, por exemplo, no teto Peugeot 2008 europeu, mas nunca veio para o carro nacional. Modelos de baixo custo na Índia também se valem do método. Voltando ao LED, carros como o elétrico Chevrolet Bolt possibilitam até 64 combinações diferentes de cores — e praticamente todas as marcas usam LED interno em seus modelos de topo de gama.
Motor alternativo e limpo: além de reforçar a carroceria, o vibranium fornece energia para sistemas e para o trem-de-força do Lexus LC 500 da história. Na vida real, não temos um tipo de metal tão versátil e simples de usar, mas a pressão de governos e organizações regulatórias e ambientais está cada vez maior e já determinou prazos e metas. Em muitos países, a transição dos atuais motores a combustão para formas limpas de fornecimento de energia terá de ocorrer em períodos que vão de dois a no máximo 15 anos anos.
Motorização híbrida ou elétrica são consideradas passos iniciais, mas a corrida principal (e ainda distante) inclui métodos mais avançados, como o das pilha de combustível. Por meio de reações químicas internas, elas usam uma quantidade razoavelmente baixa de matéria inicial para gerar ampla autonomia. Testes são feitos com gás proveniente de lixões e do estrume (por exemplo, no Mirai da própria Toyota, controladora da Lexus), do hidrogênio (talvez um dos métodos mais badalados, mas infelizmente também um dos mais caros) e até do etanol (que não é queimado, mas quebrado na reação, por exemplo, em projeto da Nissan).
Carro autônomo superconectado: suecos, alemães, japoneses e americanos disputam a corrida para entregar os primeiros carros que vão dispensar o motorista, de fato. Datas de limite mudam, mas por conta de legislação e também para que outros motoristas se acostumem à ideia, estima-se que as primeiras vendas de modelos autônomos de fato devam ocorrer entre 2020 e 2022.
De toda forma, carros menos complexos, semi-autônomos, já rodam até mesmo no Brasil: servem de exemplo o Audi A5 (vencedor do Prêmio UOL Carros em "Tecnologia/Inovação"), Q5 e Q7; Chevrolet Cruze, Equinox, Bolt; Ford Ranger; Volvo XC60 (também premiado por UOL Carros) e XC90.
Mas o método de controle do carro por central externa e até por comando da mente do condutor já são testados em protótipos. Ambos projetos da Nissan, o primeiro de 2017, tendo Microsfot e Nasa como parceiras; o outro mostrado na CES deste ano, em janeiro. A proposta da marca é acelerar sua pesquisa de autônomos, que começou atrasada em relação à concorrência, ao mesmo tempo em que revoluciona a técnica.
Pintura multitom: de novo, o vibranium dá um aspecto "aceso" à pintura do LC 500 do filme. Na vida real, a série limitada do carro que será vendida no fim do semestre terá pintura especial — chamada azul Estrutural — que leva oito meses para ser preparada e reflete quase que totalmente o azul do espectro de luz visível. Ou seja, se houver alguma luz no ambiente, o carro ganha um tom de azul vívido. Se não houver luz ou não houver o espectro de azul, o carro fica escuro, praticamente preto.
No Brasil, se você for entusiasta — e não um rei bilionário — pode apelar para envelopamento com efeito camaleão.
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