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O que há num nome? Às vezes, muito mau gosto

UOL Carros

08/08/2011 18h21

Da Redação

Não é fácil batizar alguém ou alguma coisa. O casal "grávido" que discute o nome do bebê faz isso por amor, mas quem decide como vai se chamar um novo carro o faz por dinheiro. Então, por que há tantos nomes esquisitos, bobos ou francamente inadequados entre os modelos vendidos no Brasil?

Ressalve-se que há carros que já vêm (mal) batizados do exterior. Mas há muitos que foram projetados para o Brasil, e mesmo assim escorregam no RG. UOL Carros selecionou alguns exemplos, listados por ordem alfabética:

 

Abaixo, explicamos cada um dos casos:

AGILE – O nome do compacto da Chevrolet não é exatamente feio, e teve o mérito de enterrar de vez o TOC da marca ("herdado" da Opel) de sempre terminar seus nomes em "a". O problema é a falta de acento, que gera a dúvida: é "ágile" ou "agíle"? A equipe de UOL Carros já respondeu umas 5.664 vezes, para amigos e leitores. Uma vez mais: é ÁGILE!

AMAROK – A picape média da Volkswagen poderia muito bem se chamar Conceição: como na velha canção consagrada por Cauby Peixoto, "ninguém sabe, ninguém viu". E quem garante que o insucesso nas vendas no Brasil não está ligado a esse nome esquisito, de remota origem esquimó, que significa "lobo"?

CERATO – O nome do sedã da Kia significa "unguento de uso tópico, composto basicamente por cera de origem diversa e um ou mais óleos graxos", ou "cada um dos lobos respiratórios presentes no manto dos moluscos gastrópodes (como a lesma)", sendo que esse segundo significado nos parece o mais emocionante. Mas legal mesmo é trocar uma letra ("a" pelo "o") e mudar o significado para "sujidade provocada na pele por falta de higiene". Ou então colocar um "i" no lugar do "o" e dobrar o "t". Pronto: o sedã virou mortadela.

CIELO – O carro da Chery teve o nome escolhido por meio de um concurso, já que na China ele é conhecido como A3, nome que — talvez a marca não soubesse — já era usado pela Audi desde 1996. Cielo parece o nome perfeito, já que significa "céu" em italiano e é também o sobrenome de um grande atleta brasileiro. Ocorre que o nadador Cesar Cielo é humano e está sujeito a crises de imagem, como a recente acusação de doping; e logo depois do lançamento do carro no Brasil uma rede unificada de cartões adotou o nome e fez massiva propaganda na TV. Ou seja, o carro da Chery é a última coisa em que se pensa ao ouvir "Cielo".

FREEMONT – É fato: o primeiro SUV da Fiat (emprestado da Dodge) tem nome de cigarro. Na verdade, de dois: Free e Belmont.

Foto: Divulgação

Quem fumou ou brincou de Stop sabe: há duas marcas de cigarro no nome do SUV da Fiat

HOGGAR – Fraca nas lojas (injustamente, porque é toda certinha), a picape pequena da Peugeot ainda sofre com um nome de sonoridade horrível. O termo refere-se a uma região do deserto do Saara, e aparentemente quer passar a ideia de robustez. O problema é que passa apenas a ideia de feiúra (a propósito, pronuncia-se "ogár").

IMPREZA – Carro conhecido por vários nomes, como Subaru Imprensa, Subaru Empresa, Subaru Impresa e Subaru Empreza, entre outros. Só não se consegue chamá-lo de Subaru Impreza.

KYRON – E, como se não bastasse, Actyon e Rexton: a gama da SsangYong tem nomes que parecem herdados de obscuros heróis de histórias em quadrinho do século 20. Na verdade, existe uma cidade canadense chamada Rexton, e Kyron é um nome próprio, mas isso nem viria ao caso se os carros fossem minimamente bonitos.

ÓRGÃOS SEXUAIS – Calma! Não existe um carro com esse nome. Mas existem o Kia Picanto e as versões Picasso da Citroën. E, claro, a marca Chana.

Foto: Divulgação

Citroën Xsara Picasso: a minivan é familiar, mas as brincadeiras com seu nome, não

QQ – Nome de carro chinês é sempre complicado. Em seu país de origem, QQ significa "gracioso". Para o consumidor anglófono, o nome lê-se como "quil quil", mesma pronúncia de "kill kill" ( "to kill" = matar; kill = mate!) e de "queue queue", sendo que "queue" significa "fila", palavra ruim de associar a algo destinado a se mover. No Brasil, a própria Chery usou o nome num trocadilho: "QQ esse carro tem?" Corre o risco de ouvir em resposta: "QQ é isso, Chery!"

REPETE, POR FAVOR? – A Honda, como o Chacrinha, parece ter o prazer de confundir. Tente manter uma conversa telefônica a respeito dos modelos Civic, City e Fit e entenda o porquê dessa afirmação… Pior ainda, no caso dos dois primeiros carros não adianta nem berrar "EU ESTOU FALANDO DO SEDÃ", já que ambos o são. Em menor medida, o mesmo acontece com os Volkswagen Golf e Gol.

SANTA FE, TUCSON, VERACRUZ – Os SUVs da Hyundai também são campeões em erros de grafia, já que o pessoal assume que Santa Fe e Veracruz ficam no Brasil (sendo que a primeira fica no Novo México, Estados Unidos, e a segunda no México) e que esses carros foram inventados e fabricados sob medida e carinhosamente para a classe média verde-amarela. E Tucson, nome de outra cidade dos EUA, não se fala "túqsom", e sim "tússom". Se o carro chamasse Miami seria bem mais fácil.

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