Reflexões de véspera
CLAUDIO DE SOUZA
Editor de UOL Carros, enviado especial
Em 2008 escrevi longamente sobre a gradual adoção, por parte dos franceses, de carros menores, mais eficientes e baratos como um remédio (parcial) para a crise financeira global que acabara de estourar, e também (mas, admitamos, secundariamente) para preservar o ambiente das emissões de gases. Ainda não tive tempo, nessa nova estada em Paris, para apelar ao bom e velho "olhômetro" e perceber se esse processo ganhou corpo ou se foi uma tendência de momento.
Por contraste, vale citar que em Londres, na Inglaterra, o centro da cidade (onde se paga uma salgada taxa para circular de carro) está tomado por um desfile de modelos de luxo de marcas como Audi, BMW, Mercedes-Benz, Aston Martin, Jaguar e Lexus — até um Maybach, que transportava (com motorista, é claro) um sujeito com pinta de milionário russo eu vi por lá, numa visita de quatro dias. Enquanto isso, o metrô me pareceu sempre a um passo da superlotação.
Ou seja: ao menos no centro, usar carro em Londres é coisa de rico.
Voltando a Paris: numa breve caminhada pelos arredores do Parc des Expositions, sede do salão, colhi algumas imagens que, apesar de sua mediocridade estética, contêm informações interessantes. Vejam:
1 – Essa foto diz muito do que é o sistema de transportes em Paris. Em primeiro plano, uma bicicleta dotada de cadeirinha para criança. Ela está presa à grade da entrada do metrô Porte de Versailles. À direita, um tram, que nada mais é que um bonde elétrico moderno — ali é o ponto final de uma linha do sul da cidade. E ao fundo está um dos pavilhões do Parc des Expositions, onde acontece o salão. É isso aí: bicicleta, metrô e bonde. Agora, pense no Anhembi, em São Paulo, e lembre-se de como é "fácil" e "civilizado" chegar até ele em período de Salão do Automóvel…
2 – Uma série de cartazes como este foi instalada na rue de Vaugirard, também perto da Porte de Versailles. São lembretes de como o trânsito parisiense pode ser violento — para os padrões europeus, ao menos. No caso, o texto lembra que, no ano passado, 19 (isso mesmo, DEZENOVE) motociclistas perderam a vida em acidentes nas ruas de Paris. Em São Paulo, bastam uns 15 ou 20 dias para atingir essa marca…
3 – Por fim, uma amostra de que não é só no Brasil que o pessoal tem a mania de deixar tudo para a última hora: a dois dias da abertura do Salão de Paris para a imprensa (essa foto é de terça-feira, 28), a turma ainda está arrumando a casa para o início do evento!
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